Participação no Conselho Municipal de Saúde




No dia 4 de outubro às 19h00min, participamos de um dos encontros do Conselho Municipal de Saúde (CMS), localizado na Av. João Pessoa, 325 em Porto Alegre. Os Conselhos de Saúde foram um grande avanço para sociedade, pois é uma forma de debater junto à população assuntos relevantes, a fim de resolver problemas permanentes nas comunidades.



O conselho de Porto Alegre, criado há 15 anos, atua na formulação, deliberação e controle das políticas de saúde acompanhando o desenvolvimento das ações e serviços do setor. Também, estimula e propicia a participação comunitária propondo critérios para a programação e execução financeira e orçamentária do Fundo Municipal de Saúde sem perder o caráter fiscalizatório conforme as leis do SUS.

Nós, alunos da graduação em Saúde Coletiva, tivemos a oportunidade de presenciar um desses encontros e perceber a realidade da construção coletiva das ações em saúde no município. Geralmente quando se reúnem vários pessoas para discutir problemas que atingem todo um conjunto e com possibilidade de várias ações, a fim de resolvê-los, há um certo desconforto por parte dos integrantes, uma vez que todos gostariam de apontar soluções para seus problemas. Porem, eu notei a seriedade e a organização do Conselho. Neste dia, havia em torno de 200 pessoas que respeitavam uns aos outros quando ao discurso.



Em um primeiro momento os conselheiros distritais (representantes de cada região) comentam assuntos gerais, como a ação dos movimentos sociais, a reinauguração de hospitais, como por exemplo, o Hospital Independência, o qual permaneceu muito tempo fechado e a inauguração de Unidades de Pronto Atendimento UPAs, uma grande conquista para atender as demandas de saúde. Já em um segundo momento, ocorreu um discurso defendendo a proposta da transformação de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Equipes do Programa de Saúde da Família (PSFs) e a redução do número de habitantes abrangidos por estas equipes. Depois, houve uma discussão a respeito do assunto, onde aqueles que se sentiam a vontade para expor suas opiniões e esclarecer duvidas tinham o direito da palavra, inclusive alguns colegas espectadores. Logo após, esclarecidas as duvidas haveria uma votação para decidir a viabilidade da proposta apresentada. Contudo, em virtude a importância do assunto debatido, conclui-se que esta votação não caberia somente aos representantes, mas também as comunidades atendidas pelas instituições de saúde.

Outro aspecto que chamou minha atenção foi a falta de interesse por parte da sociedade em envolver-se com questões tão importantes como esta. Segundo o relato de uma conselheira, são frustrantes as reuniões distritais, pois não há participação popular. O Conselho é basicamente constituído por pessoas a cima dos 50 anos, assim percebe-se a deficiência e a necessidade da população jovem engajar-se em questões sérias. Entretanto, havia a presença do conselheiro distrital da região centro, um jovem representante desta região, na qual predomina a presença de habitantes idosos.

É satisfatório graduar Saúde Coletiva, porque o aluno tem oportunidades incríveis, como esta de participar deste espaço rico de construção que é o Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, uma das conquistas popular através do Movimento Sanitário nos anos 70, da 8ª Conferencia Nacional de Saúde resultante da reformulação de leis da Constituição, da criação do Sistema Único se Saúde. Por fim, é gratificante presenciar a vitória e a ação efetiva da Lei Federal 8142/90 regulamentadora dos Conselhos de Saúde.

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