
Primeiramente coloco-me como cidadã, e por tanto uma
atriz social integrante de uma megalópole. Minha com formação se dá de uma
comunidade escolar básica, atualmente participante do universo acadêmico, em um
curso voltado para formação de profissionais no eixo de gestão política e
de promoção da saúde.
O conceito de sustentabilidade surge para enfrentar a
crise ecológica causada pela urbanização da sociedade contemporânea. Hoje Porto
Alegre, um dos grandes centros urbanos, enfrenta graves problemas sociais,
entre eles a exclusão, a marginalização, as desigualdades econômicas, a baixa
qualidade de vida, dificuldades de acesso à informação e educação. Estes são
fatores agravantes na saúde da população que estão diretamente associados às
questões ambientais, uma vez que tem impactos no meio ambiente através do uso
destrutivo e abusivo dos limitados recursos naturais. É neste contexto que
surge o “ecodesenvolvimento” para responder à necessidade de harmonia entre os
processos ambientais e os de desenvolvimento.

O consumismo exagerado e a necessidade de
desenvolvimento econômico para melhorar os níveis da qualidade de vida,
infelizmente esta contribuindo para a degradação permanente do meio ambiente e
do seu ecossistema. A chamada “sociedade de risco” ultimamente enfrenta com
frequência fenômenos devastadores como terremotos, enchentes, avalanches e
tsunamis. Porém, há teorias de que estes são processos evolutivos naturais, por
tanto sem intervenção humana. Contudo, as atuais catástrofes nucleares são
graves acidentes de responsabilidade exclusiva humana. Também é evidente que a
poluição e a falta de comprometimento social interferem de forma negativa
nestes processos. Frente a esta problemática, torna-se fundamental uma mudança
substancial do próprio processo civilizatório com controle demográfico,
educação pedagógica que garanta condições de acesso às informações e
fortalecimento de uma cidadania composta de atores sociais engajados, e não
somente para um grupo restrito.
Com o surgimento da preocupação a respeito do
aquecimento global, do efeito estufa e da destruição da camada de ozônio, as
questões ambientais e de sustentabilidade começaram entrar em pauta de debates,
a partir da Conferência de Estocolmo (1972), da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), da
Conferência da Intergovernamental sobre Educação Ambiental (EUA, 1992) e também
na Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, Educação e
Consciência Pública para a Sustentabilidade em Tessalônica (Grécia, 1997). Embora
exista grande preocupação ambiental, a sociedade tem o estereótipo de que as
responsabilidades urbanas dependem somente da ação governamental. Sendo assim,
a população mantêm-se passiva e culpabiliza as autoridades enquanto esquece o
exercício da cidadania, que tem a ver com a identidade e o pertencimento a uma
coletividade com direitos, deveres e obrigações. Logo, não preconizam o
compromisso com a defesa do meio ambiente.
Neste sentido, a escola e a comunidade universitária
interdisciplinar participam como instituições dinâmicas de educação ambiental
com capacidade de compreender e articular os processos cognitivos aos contextos
da vida. Desta forma, aproxima a realidade ao diálogo informado entre saberes,
culturas, debate público e científico o que reforça um sentimento de
co-responsabilização na fiscalização e no controle dos agentes de degradação
ambiental. Assim, o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto
entrelaçado de práticas sociais.
Paralelamente, as ONGs e as organizações comunitárias
por movimentos ambientalistas têm auxiliado na luta pela conscientização da
cidadania entre os desiguais com ênfase nos direitos sociais e nos impactos
causados pelas condições de vida decorrentes da degradação socioambiental.
Também contribui para ampliar a assimilação da sociedade no reforço de práticas
centradas na sustentabilidade, por meio de uma conscientização e promoção
ambiental busca-se mudança de comportamento e de hábitos cotidianos,
transformação do conhecimento em práticas educativas num conjunto de atores
tanto do universo educativo, como profissional e valorização de cooperativas,
como a de catadores que realizam reciclagem (benefício econômico e ambiental).
Por último, o Poder público governamental numa gestão
transparente, afirma políticas públicas minimizadoras ou preventivas a fim de
reduzir impactos dos agravos no cotidiano urbano. O ideal seria que este,
promovesse mais opções de transporte, planejasse o uso do solo, promovesse
acesso igualitário aos serviços de saneamento e infra-estrutura básica, e
também uma parceria entre a sociedade para administração correta dos dejetos e
resíduos produzidos.
Concluindo, é preciso uma sociedade mais motivada e
mobilizada, seja através das escolas, das universidades, das organizações, das
cooperativas ou do poder publico.
Referências:
Jacobi, Pedro – Educação Ambiental, Cidadania e
Sustentabilidade - Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/ 2003. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf
Jacobi, Pedro – Meio Ambiente e Sustentabilidade -
Desenvolvimento e Meio Ambiente - O MUNICÍPIO NO SÉCULO XXI: Cenários e
Perspectivas. Disponível em
http://michelonengenharia.com.br/downloads/Sutentabilidade.pdf
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