Apresentações dos Pets no Salão de Ensino da UFRGS

 



O Salão de Ensino da UFRGS 2012, com o slogan “Formação, Conhecimento e Inovação”, articulou as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade em um único grande evento, ocorreu na primeira semana de outubro. O evento propiciou ao público a oportunidade de percorrer espaços que apresentaram e discutiram novos conhecimentos produzidos na pesquisa científica, nas práticas docentes e na interação com a comunidade, apresentados de forma articulada no Salão de Ensino, Salão de Iniciação Científica e Salão de Extensão. O Salão de Ensino foi organizado de modo a contemplar atividade de promoção, discussão e valorização da Docência desenvolvidas nas mais diversas modalidades da UFRGS, entre elas o Programa de Educação Tutorial (PET) e o Programa de Educação para o Trabalho (PET-Saúde).



PET CIÊNCIAS SOCIAIS
Atividades: Criar redes entre o saber popular e a academia. O fazer universitário só é relevante se houver um diálogo com a sociedade para a prática de uma educação integral. Fizeram um trabalho com a comunidade escola da vila Universitária, diálogo sobre educação, temas de interesse relacionados com ciências sociais, integrando UFRGS com a comunidade.


PET POLÍTICAS PÚBLICAS DA JUVENTUDE
Metodologia: Perspectiva da pesquisa participante, diálogo entre jovens da Universidade e jovens das comunidades.

Eixos temáticos: Educação, saúde, participação e controle social.

Pergunta norteadora: De que forma os jovens transitam pelas diferentes políticas públicas?

Atividades: Oficinas com jovens em escolas públicas e cursinhos populares, através de rodas de conversa.


PET ENGENHARIA CIVIL
Proposta: Ensino, pesquisa e Extensão.

Atividades: Fazem boletins informativos dos cursos. Projeto ECEC – Estudos do currículo da Engª Civil. Acompanhamento ao calouro (apadrinhamento). Participam do Portas Abertas apresentando o curso. Disponibilizam cursos de como utilizar calculadoras e Excel.


PET GEOGRAFIA
Ensino atividades: Recepção aos calouros da geografia, discussões temáticas, leituras, ciclo de palestras, café geográfico e discutem fora do ambiente acadêmico temas relevantes à geografia.

Pesquisa atividades: Observação da orla do Guaíba para revitalização da área central da cidade. Análise da COOPAVA – Cooperativa Central de assentados, visando à identificação dos agentes promotores ou não do desenvolvimento regional.


PET PSICO
Articular com a Psicologia da PUC troca de saberes, roda de conversa sobre o currículo da Psicologia, pesquisa sobre a formação.


PET INTERDISCIPLINAS CIÊNCIAS HUMANAS
Proposta: Indissociabilidade entre ensino – pesquisa – extensão.
Eixos GTs (grupos de trabalho): Questões escolares, realidade de escolas públicas de bairros populares Anita Garibaldi e Walter Jobim de Viamão.

Política e participação: Consciência participativa e democrática, influência no cotidiano de alunos das comunidades populares.

Preconceito: Discussão crítica e a construção do conhecimento em torno das diversas formas e expressões do preconceito.

Reconhecendo a comunidade: Construção da memória local e reconhecimento do espaço de vivência e retomada da história do bairro Jardim Universitária por diferentes registros.

Outras atividades: Ciclo de diálogos interdisciplinares, aberto ao público, roda de conversa com pós-graduação, dúvidas referentes ao ingresso no pós.



Participação no Conselho Estadual de Saúde



O grupo PET – Conexões e Saberes – Saúde Noturno, participou no dia 11 de outubro da reunião do Conselho Estadual de Saúde (CES) presidida por Paulo Humberto Gomes da Silva. O Conselho localiza-se na Av. Borges de Medeiros, 15001/ 20º andar realizada às 14h00min.



O CES é um órgão colegiado de caráter permanente, paritário e deliberativo, com funções de formular estratégias, controlar e fiscalizar a execução da política estadual de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, conforme prevê a Lei 12.297, de 12 de dezembro de 2002. Ele é apto a propor e aprovar diretrizes para elaboração do Plano Estadual de Saúde. Também avalia o modelo estadual de gestão do SUS, fiscalizando a administração do Fundo Estadual de Saúde e apreciando trimestralmente as suas contas.
           
 A participação da sociedade na gestão do SUS, também se dá através do deste órgão colegiado, já que os usuários do sistema integram o Conselho. O CES ainda acompanha e contribui para o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde. É formado por representantes do governo, dos prestadores de serviços, dos profissionais de saúde e dos usuários do sistema. A representação dos usuários é paritária e diversificada, de modo a permitir que os diversos tipos de organizações – associações de moradores, sindicatos, associações de portadores de patologias e de deficiências, movimentos populares, etc. – possam apresentar suas demandas e fazer suas avaliações sobre a Política de Saúde desenvolvida no Estado.

O Conselho Estadual de Saúde reúne-se regularmente uma vez por mês ou, extraordinariamente, por convocação do presidente ou da maioria simples dos membros.

O CES tem por objetivo promover  a ampliação do acesso à saúde com qualidade em todos os níveis de atenção de forma humanizada, segundo as necessidades sociais, em tempo oportuno e com resolutividade, produzindo autonomia e cidadania, contribuindo assim, para a qualidade de vida através dos cuidados em redes regionais em conformidade com os princípios  e diretrizes do Sistema Único de saúde (SUS), visando alcançar a satisfação e o orgulho dos gaúchos com as ações e serviços em saúde até 2014.

Compete aos Conselhos Estaduais de Saúde, conforme a lei 8142/90:

  • Descentralizar para os municípios os serviços e as ações de saúde;
  • Gerir as unidades de saúde dos sistemas públicos de alta complexidade, de referência regional ou estadual;
  • Identificar estabelecimentos hospitalares de referência;
  • Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e colaborar com a União na vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
  • Estabelecer normas e padrões, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e dos serviços de saúde e de produtos e substâncias de consumo humano;
  • Coordenar e, em caráter complementar, formular, executar, acompanhar e avaliar ações e serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição, saúde do trabalhador, laboratórios de saúde pública, hemocentros, insumos e equipamentos para saúde;
  • Participar, junto com órgãos afins, da formulação das políticas e do controle dos agravos ao meio ambiente, da execução das ações de saneamento básico, dos ambientes e das condições de trabalho;
  • Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade da Unidade Federada.


O encontro do dia 11 de outubro dividiu-se em: Assuntos gerais, regulamentação, debate/esclarecimentos e encaminhamentos.

Esta reunião iniciou-se com vários convites a eventos, entre eles ao fórum do Ver-Sus metropolitano de Porto Alegre dia 20/10/2012 às 08h00min na Escola de Saúde Publica e na mesma data, no Hotel Ritter, uma palestra a respeito de planos e cargos na enfermagem. Estava presente neste Conselho o grupo de Apoio à Prevenção da HIV e AIDS (GAPA), o qual relatou a importância de discutir o enfrentamento de destas epidemias nos Conselhos Municipais de Saúde, e alertou quanto ao abandono do tratamento medicamentoso ocasionando a morte dos indivíduos, foi o caso de uma mulher casada com filhos que nasceu com o vírus e após 25 anos de tratamento abandonou-o, ela foi uma das primeiras a fazer uso das medicações no país.

O tema principal deste CES foi a regulamentação, existem quatro áreas: Transplante, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), internação à leitos e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e ambulatorial. Este último foi debatido, criado a pouco mais de um ano é 100% informatizado proporcionando um cadastro do paciente solicitante. A regulamentação ambulatorial trouxe benefícios á população e ao sistema de saúde, pois diminui a fila de espera de 500 mil para 120 mil pacientes, uma vez que havia registros duplos ou que não necessitavam mais da solicitação como em casos revertidos e de óbitos.

Este tema gerou vários apontamentos e discussões. Alguns conselheiros concluíram que a fila não diminuiu de fato, mas houve uma racionalização. Outros apontaram a dificuldade de repassar ao usuário informações quanto à posição na fila de espera ou de localizá-los, já que o contato é feito pelo celular. Também, a falta de integração do sistema informatizado (software) e mão de obra qualificada.

A partir dos questionamentos, conclui-se que através do cartão SUS tem-se maior controle da população e de suas necessidades. Desta forma, identifica-se onde ocorre o “estrangulamento” da assistência e priorizam-se investimentos na área identificada. A racionalização do sistema não soluciona os problemas, mas evita desperdício da pouca oferta e recursos. Uma vez que, é ofertado a Capital 55% das consultas e apenas 45% ao restante do estado.

Em suma, é preciso ampliar a capacidade do sistema de informações para regiões alem de Porto Alegre, Caxias, Pelotas e Bagé. Os softwares devem ser customizáveis, já que é difícil a unificação de todos. É necessário maior estímulo a atenção básica na educação e na formação dos profissionais em saúde por parte das Universidades, por fim o sistema de informatizado realiza a regulação da atenção, um “meio de campo” entre o solicitante e o executante.




PET Conexões de Saberes - Saúde Noturno



No inicio deste semestre, iniciei como bolsista no grupo PET - Conexões de Saberes – Cenários de Prática e de Estágios Curriculares Noturnos. Este é formado por alunos dos cursos noturnos da UFRGS, em especial os cursos das áreas da saúde. Somos formados por 13 alunos, quatro da Saúde Coletiva, cinco da odontologia, três do Serviço Social, um da Psicologia e uma tutora professora da Saúde Coletiva (Profª. Drª. Izabella Matos).



O objetivo do nosso grupo é promover trabalho multiprofissional e interdisciplinar, uma vez que o campo da saúde é complexo e carente de profissionais articulados. Desta forma, propõe atividades de ensino, pesquisa e extensão, proporcionando profissionais qualificados dentro do Sistema de Saúde.

Mas a final, o que é PET?

PET é um Programa de Educação Tutorial, vinculado às Instituições de Ensino Superior do país, é constituído por grupos tutoriais que realizam atividades orientadas pelo principio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

E conexões de saberes, o que é?

São grupos do PET, atualmente são cinco conexões de saberes que tem por objetivo desenvolver ações inovadoras que ampliem a troca de saberes entre as comunidades populares e a universidade, valorizando o protagonismo dos estudantes universitários beneficiários das ações afirmativas no âmbito das Universidades públicas brasileiras, contribuindo para a inclusão social de jovens oriundos das comunidades do campo, quilombola, indígena e em situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, estou construindo, em conjunto com o grupo, um projeto de investigação - Itinerários formativos de estudantes dos cursos de graduação noturnos na área da saúde da UFRGS (Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Saúde Coletiva, um estudo sobre acesso, permanência, evasão e demandas. Também, em instancias de controle social, como na Conferencia Estadual de Saúde. Mas já havia participado de outro projeto do PET como voluntária, ano passado, no projeto de extensão da vacinação contra hepatite B em alunos da UFRGS.

Por fim, gostaria de registrar minha satisfação e meu agradecimento à minha professora na graduação e tutora do PET, Izabella Barison Matos. É gratificante e enriquecedor participar deste grupo, pois posso trocar “figurinhas” com outros futuros profissionais da saúde e aperfeiçoar os serviços de saúde prestados a população.


Um pouco de História: Saúde, Saneamento e a Intersetorialidade



Com a discussão do setor saúde em evidência nas últimas três décadas, principalmente a partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde (Alma-Ata – URSS, 1978) e da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Ottawa – Canadá, 1986), passou-se a considerar a necessidade de intersetorialidade nas ações para a promoção da mesma e não mais como um campo restrito a área da saúde por si só, tendo em vista, a influência causada por diversos fatores no quadro de saúde de uma população, nesta lógica o saneamento é incluído como principal instrumento de promoção da saúde tendo como objetivo alcançar um estilo de vida  saudável, através de mudanças de hábitos.

O início da era bacteriológica e da epidemiológica a partir da metade do século XIX contribuiu para o fortalecimento e reconhecimento da importância da relação saúde-sanemamento e as ações advindas desta, estimulando a ampliação dos sistemas coletivos de saneamento.  A partir de então, a prática intuitiva dá lugar ao embasamento científico e relatos históricos demonstram a redução da morbidade e da mortalidade causada por várias doenças, como febre tifóide, cólera etc., a partir da implantação dos serviços de saneamento.

Ocorre a partir do final da década de 1970, iniciativas de classificar as doenças infecto-parasitárias em função de seu ciclo e de suas vias de transmissão, de modo a facilitar o desenvolvimento de estratégias de controle, surgindo várias classificações ambientais de doenças relacionadas ao saneamento inadequado (HELLER, 1997).

Há muito pouco tempo, é registrado um esforço no sentido de se mapear os fatores de riscos à saúde relacionados com as condições ambientais e com as inadequações dos serviços de saneamento, utilizando ferramentas como a vigilância ambiental e a vigilância epidemiológica.

No século XX ocorreram muitos fatos históricos importantes, foi neste período que o movimento sanitarista exerceu importante papel junto à sociedade e ao Poder Público, pressionando pela ampliação da oferta dos serviços de saneamento, o que resultou na retomada dos serviços existentes por parte do Estado, até então operados por empresas estrangeiras na sua maioria.

A criação, em 1942, do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, que tinha o objetivo de implantar ações integradas de saúde e saneamento no vale do Rio Doce e na região amazônica. O SESP tornou-se uma referência, sendo ampliado para todo o País, principalmente, após sua transformação na Fundação SESP, ocorrida em 1960.

Em período mais recente, o SUS, incorporou no plano legal e teórico a priorização das ações preventivas de saúde e atribuiu ao setor saúde um importante papel na formulação e implementação de ações de saneamento.

A novidade mais recente no âmbito do setor saúde e sua interface com o saneamento foi a criação do Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SNVSA), vinculado ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, o qual tem como objetivo conhecer, detectar ou prevenir qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, visando disseminar medidas de promoção da saúde ambiental.

A integração das ações de saúde e saneamento, com uma visão de promoção da saúde, requer um esforço conjunto dos três níveis de governo (Nível Federal, Estadual e Local) e há a necessidade de superação de práticas tradicionais de ambos os setores, o que requer tempo e amadurecimento político, a exemplo do ocorrido com o próprio SUS.

A aprovação da Lei nº 11.445/07 supriu uma importante lacuna, em termos de políticas públicas, que durou duas décadas. É extremamente positivo o fato de a nova legislação do setor incorporar alguns princípios do SUS, como o controle social, o fortalecimento do papel dos municípios, a intersetorialidade, o que oportuniza a integração das ações de saúde e saneamento.

Há, no País, um arcabouço legal e constitucional que conta com dispositivos voltados para a formulação e implementação de ações de saneamento com um enfoque de promoção da saúde. Tanto a Lei nº 8.080/1990, Lei Orgânica da Saúde, como a Lei nº 11.445/2007 adotam uma abordagem multisetorial em relação aos temas saúde e saneamento. No entanto, existe a necessidade de construção e aperfeiçoamento de mecanismos institucionais, principalmente no setor saneamento, que possam garantir a efetiva integração entre os dois setores e com outras políticas públicas, principalmente no plano operacional.

Deve haver a mobilização de todos os níveis de governo, no entanto, o governo federal, na condição de principal gestor das fontes de financiamento para o setor, deverá estabelecer mecanismos de indução à implementação dos dispositivos da atual legislação, especialmente no tocante à política federal de saneamento básico.



Participação no Conselho Municipal de Saúde




No dia 4 de outubro às 19h00min, participamos de um dos encontros do Conselho Municipal de Saúde (CMS), localizado na Av. João Pessoa, 325 em Porto Alegre. Os Conselhos de Saúde foram um grande avanço para sociedade, pois é uma forma de debater junto à população assuntos relevantes, a fim de resolver problemas permanentes nas comunidades.



O conselho de Porto Alegre, criado há 15 anos, atua na formulação, deliberação e controle das políticas de saúde acompanhando o desenvolvimento das ações e serviços do setor. Também, estimula e propicia a participação comunitária propondo critérios para a programação e execução financeira e orçamentária do Fundo Municipal de Saúde sem perder o caráter fiscalizatório conforme as leis do SUS.

Nós, alunos da graduação em Saúde Coletiva, tivemos a oportunidade de presenciar um desses encontros e perceber a realidade da construção coletiva das ações em saúde no município. Geralmente quando se reúnem vários pessoas para discutir problemas que atingem todo um conjunto e com possibilidade de várias ações, a fim de resolvê-los, há um certo desconforto por parte dos integrantes, uma vez que todos gostariam de apontar soluções para seus problemas. Porem, eu notei a seriedade e a organização do Conselho. Neste dia, havia em torno de 200 pessoas que respeitavam uns aos outros quando ao discurso.



Em um primeiro momento os conselheiros distritais (representantes de cada região) comentam assuntos gerais, como a ação dos movimentos sociais, a reinauguração de hospitais, como por exemplo, o Hospital Independência, o qual permaneceu muito tempo fechado e a inauguração de Unidades de Pronto Atendimento UPAs, uma grande conquista para atender as demandas de saúde. Já em um segundo momento, ocorreu um discurso defendendo a proposta da transformação de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Equipes do Programa de Saúde da Família (PSFs) e a redução do número de habitantes abrangidos por estas equipes. Depois, houve uma discussão a respeito do assunto, onde aqueles que se sentiam a vontade para expor suas opiniões e esclarecer duvidas tinham o direito da palavra, inclusive alguns colegas espectadores. Logo após, esclarecidas as duvidas haveria uma votação para decidir a viabilidade da proposta apresentada. Contudo, em virtude a importância do assunto debatido, conclui-se que esta votação não caberia somente aos representantes, mas também as comunidades atendidas pelas instituições de saúde.

Outro aspecto que chamou minha atenção foi a falta de interesse por parte da sociedade em envolver-se com questões tão importantes como esta. Segundo o relato de uma conselheira, são frustrantes as reuniões distritais, pois não há participação popular. O Conselho é basicamente constituído por pessoas a cima dos 50 anos, assim percebe-se a deficiência e a necessidade da população jovem engajar-se em questões sérias. Entretanto, havia a presença do conselheiro distrital da região centro, um jovem representante desta região, na qual predomina a presença de habitantes idosos.

É satisfatório graduar Saúde Coletiva, porque o aluno tem oportunidades incríveis, como esta de participar deste espaço rico de construção que é o Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, uma das conquistas popular através do Movimento Sanitário nos anos 70, da 8ª Conferencia Nacional de Saúde resultante da reformulação de leis da Constituição, da criação do Sistema Único se Saúde. Por fim, é gratificante presenciar a vitória e a ação efetiva da Lei Federal 8142/90 regulamentadora dos Conselhos de Saúde.

Eleições 2012


Ontem, dia 7 de outubro foi dia de eleição em todo Brasil para prefeito e vereador. Este é um dia que me deixa profundamente irritada, indignada e preocupada.



Em minha casa, dia de votação era tradicional. Acordávamos cedo e saíamos todos juntos, apesar de cada um votar em uma local diferente. Desde pequena acompanhava meus pais neste processo e sempre escutava as mesmas histórias de luta popular, de quando eles se conheceram na Esquina Democrática (Av. Borges de Medeiros - Centro de Porto Alegre), todas às vezes passávamos em frente a cada apartamento e cada casa que eles moraram e do quanto era bom aquele bairro boêmio, na época Cidade Baixa. Lembro com nostalgia desses momentos, assim como eles cada vez que vão à suas antigas escolas votar.

Assim que completei 16 anos (idade mínima para votar) através do incentivo da escola publica, na qual estudei, enfrentei horas na fila num calor insuportável. Mas valeu a pena, pois era um dia muito especial, naquele momento eu deixava de ser ouvinte das lembranças dos meus pais para me tornar uma atriz da minha própria história política. Fiz meu título eleitoral e cheguei em casa numa felicidade imensa sob olhares de orgulho e ao mesmo tempo emocionado dos meus pais. Naquele dia, eu acabava de conquistar a maior arma democrática, o maior poder, a partir dali eu poderia decidir meu futuro através do voto.

No meu “mundinho” sempre pensei que todas as famílias eram assim, incentivavam a importância do exercício da cidadania, mas logo percebi que não. Deve ser por isto que não entendo certas atitudes, na qual me deixam profundamente indignada.
.
Campanhas desnecessárias, para população votar nulo.
Pelo amor de Deus! Votar Nulo?
Um voto que pode mudar o rumo da sociedade, jogado fora.




Pessoas que reclamam do dever de votar. Democracia - do grego poder do povo.
O que estas criaturas pensam? O povo conquistou com muita luta o direito de voto e algumas criaturas, sem ao menos entender o mínimo da importância desse ato, falam e pregam barbaridades como se votar fosse inútil. Votar é a única forma de eleger um representante que atenda suas necessidades e demandas!

                               (foto retirada no período militar)

Existem “gentes e gentes”:

Têm gente maior de idade sem título de eleitor e sem a menor perspectiva de fazê-lo, que votam só pela “musiquinha legal” da campanha política, que vendem ou trocam seu precioso voto por “favores”, que escolhem seus candidatos pelo bordão da campanha ou por um apelido engraçado ou então, pela aquela festa com muita cerveja/chopp gelada e com aquele galeto especial pra completar, tudo por conta do candidato.

É esse tipo de coisa que me irrita. Inocência do povo? Falta de educação política ou de empoderamento? Burrice?

Olha... Sinceramente eu não sei, eu não entendo o por quê!

O pior é que depois o povo reclama dos políticos, alegam de corrupção, falta de comprometimento com as propostas, privatizações, impostos altos, sucateamento dos setores públicos como saúde, educação e transporte publico.

Eu me pergunto, mas como o povo ainda exige comprometimento dos políticos?

Uma vez que o próprio povo se deixa corromper vendendo seu voto, não analisa as propostas e a viabilidade de execução das mesmas, não se envolve em questões políticas, não reflete a respeito das reais demandas sociais, preocupa-se apenas com problemas individuais. Ok, tudo são interesses, mas o que importa beste caso, são os interesses coletivos, as necessidades sociais.